22 de janeiro de 2012

Mötley Crüe no Brasil pela primeira vez: por que tanta demora?


Não há nada mais apropriado para definir o Mötley Crüe do que os seguintes versos de uma de suas canções, chamada Kickstart my heart:

When we started this band
All we needed, needed was a laugh
Years gone by... I'd say we've kicked some ass
When I'm enraged
Or hittin' the stage
Adrenaline rushing
Through my veins
And I'd say we're still kickin' ass

Tradução livre:

Quando começamos essa banda
Tudo de que precisávamos era uma risada
Os anos se passaram… eu diria que nós mandamos ver
Quando estou com raiva
Ou subo ao palco
Com a adrenalina correndo
Nas minhas veias
E eu diria que nós ainda mandamos ver

Com certeza! Eles ainda mandam ver! Em uma fria noite de terça-feira na cidade de São Paulo, eles tocaram pela primeira vez no Brasil, depois de uma longa espera para os fãs brasileiros. Diante de um Credicard quase lotado, considerando que era uma terça-feira e também o fato de que esse show praticamente não foi divulgado pela mídia convencional, somente pelos sites/rádios de Rock tradicionais, é difícil entender por que eles não visitaram o Brasil antes.

Essa foi a pergunta feita pelos membros da banda durante o show. O baterista Tommy Lee até saiu da bateria, foi para frente do palco e pediu: “deixem-me dar uma olhada nos seus rostos”… e ele viu uma multidão de rostos felizes.

Eles abriram o show com força total com a música “Wild side” e a plateia cantando em uníssono toda a letra. Isso é uma coisa que nós brasileiros gostamos de fazer: às vezes até “cantamos” os solos de guitarra. Logo depois eles tocaram “Saints of Los Angeles” e retornaram, em seguida, ao repertório da década de 1980, tocando “Livewire”.



Esse era apenas o início do show e eles já estavam dando aos fãs tudo o que era esperado. Isso é algo que deve ser dito a respeito do Mötley Crüe: eles cantam suas músicas antigas com a mesma energia e honestidade dos velhos tempos. Eles não estão nem aí se essas músicas têm “letras adolescentes”. E eles estão absolutamente certos, porque nós também não nos importamos!

Nós nos importamos com a voz de Vince, que estava perfeita nessa noite, os riffs e os solos de Mick e com a química entre o baixo de Nikki e a bateria de Tommy. Falando em Mick Mars, preciso ressaltar: ele tem a minha admiração como músico e profissional que luta contra sua condição médica para ainda nos proporcionar apresentações memoráveis.


Eu só queria que eles tivessem tocado mais algumas músicas, como Shout at the devil ou até mesmo Save our souls, do Theatre of pain, um dos meus discos favoritos, mas não importa, porque essa foi outra noite de Rock’n’roll perfeita e o que aquece meu coração é encontrar muita gente jovem na plateia. Isso sempre me convence que esse tipo de música é imortal, não importa o que aconteça!

Setlist (Credicard Hall, São Paulo, 17 de maio de 2011)

01. "Wild Side"
02. "Saints of Los Angeles"
03. "Live Wire"
04. "Shout at the Devil"
05. "Same ol' Situation (S.O.S.)
06. "Primal Scream"
07. "Home Sweet Home"
08. "Don't Go Away Mad (Just Go Away)"
09. "Dr. Feelgood"
10. "Too Young to Fall in Love"
11. "Ten Seconds to Love"
12. "Smokin' in the Boys Room"
13. "Girls, Girls, Girls"
14. "Kickstart My Heart"

Bis:
15. "Looks That Kill"

Um comentário:

  1. Muito bom! Eu nem tinha ficado sabendo que eles viriam ao Brasil... ¬¬

    Parabéns pela matéria!

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